06/04/2008

Quando você sorria

Teu olhar indiferente massacra e acusa este coração
que batia quando teus lábios se abriam.
Coração que hoje fica apertado ao ver os mesmos lábios fechados
calando a esperança de um simples oi.

Eu sei que caí de pára-quedas
e saí como um foguete da sua vida.
Sei que era por um amor recíproco que você sorria.

Fui aquele que um dia não soube sair e nem entrar,
e hoje não sei como voltar, pra contar o que me fez mudar.
E também para que saiba, não coloquei outra em teu lugar.

Não escrevo como uma declaração de amor
e nem – talvez – um pedido de desculpas,
espero que entenda como o registro de que você foi única.

Escrevo consciente de que para nós possa existir o nunca,
o nunca mais, nos dois, o nunca mais como antes, mas,
acredito que exista o diferente mais ali adiante...

Quem escreve? Aquele que esteve perto,
bem perto, e hoje está distante.
Lembrando que a distância é relativa, e tudo,
absolutamente tudo, tem sentido na vida.

Escrevo sem me preocupar com a métrica e a rima,
prefiro que tudo seja conseqüência da sinceridade
Escrevo dentro do meu português limitado
com coração apertado cheio de saudade,
que precisava sair de alguma maneira,
Então que seja como um desabafo.
Na poesia te abraço, no teu ouvido, o que sinto te falo,
esperando como resposta, o sorriso dos teus lábios.

01/04/2008

Koyaanisqtsi

O Ballet da máquina.

Muito se fala para tentar explicar as coisas, mas, no meio das falas às vezes o “olhar” é esquecido, e é justamente desta maneira que o Koyaanisqtsi nos leva a buscar respostas e também a questionar.
Tomamos uma partida de futebol como exemplo. Muitas vezes aquele pênalti não marcado pelo arbitro, não é ladroagem, é provável que realmente o profissional de arbitragem não tenha visto uma penalidade no lance, no entanto, o telespectador diante do seu televisor tem a oportunidade de rever a imagem de diferentes ângulos e velocidade.
Enquanto assistia ao filme o título deste texto me surgiu, a repetição de movimentos em sincronia, não só propriamente o das máquinas em fábricas, mas também as pessoas nas ruas, os carros, as luzes. Tudo, de uma maneira ou de outra fazendo parte do mesmo “espetáculo”.
As pessoas crescem, as cidades também, mas, a terra – onde todos vivem – segue com o mesmo tamanho. É preciso entender que o andamento individual, seja de uma pessoa ou de um país passando por empresas, gera influências em diversas áreas.
A busca pelo desenvolvimento necessita de matéria prima e tempo. Somos beneficiados pelo desenvolvimento – sem ele eu não estaria digitando este texto em um computador – porém, tudo tem um preço, inclusive toda a tecnologia e conforto dos quais desfrutamos.
Primeiro, o tempo: Ele só passa, nunca para, e não a como recuperá-lo e ele é fundamental para o desenvolver de uma idéia. O engraçado em relação ao tempo é que a cada dia ouvimos mais e mais pessoas falarem que estão sem tempo. Motivo? Estão tentando evoluir, estudo, trabalho, família e etc. Não condeno nada disso, o que tento trazer é o valor de tudo isso. É impossível fugir do mecanismo que move o mundo, querendo ou não, todos fazem parte de uma grande engrenagem, você pode até lutar para andar alheio ao marchar do desenvolvimento, mas, as conseqüências do mesmo, atingirão a todos.
Segundo, matéria prima: Para se materializar uma cadeira na sala de aula, o papel onde este texto será impresso, o tênis que estou calçando. Tudo, absolutamente tudo, precisa de matéria prima. E a fonte é a terra, e a respeito de algumas matérias com o passar do tempo – olhe ele aí presente – estão se esgotando. Um exemplo simples, o ar. Sabemos que para o ar, fundamental para nossas vidas, depende dar árvores (plantas), no entanto seguidamente assistimos e lemos em jornais notícias relacionadas ao desmatamento. Fica claro o descontrole do desenvolvimento.
Mudar o mundo é difícil, mas, se mudássemos a nossa própria casa, entendendo que somos uma pequena parte de um todo, a mudança já estaria acontecendo.

Comunicação Jornalismo Mídia e cultura – Jiani Bonin (53) Vinícius Corrêa

Aee... texto sobre o filme Koyaanisqatsi, filme loco, sem diálogo, só imagem e som, mas é bom.