07/09/2008

Margens

Quem nunca pensou, disse ou ouviu: “Gostaria de voltar no tempo, com o conhecimento que tenho hoje”, seria ótimo poder fazer isso. Porém, o ser humano apesar de toda sua criatividade, tecnologia e conhecimento, não tornou isso possível. A proeza segue sendo exclusiva de filmes. Eu já tive esta vontade de voltar no tempo, motivo? Prestar mais atenção em sala de aula, hoje, sinto dificuldade em colocar no texto tudo que penso, tenho certeza de que se dominasse a língua portuguesa, o expressar ocorreria com maior facilidade.

Mas de fato, no ensino básico e médio, minha preocupação era obter a média. Passar de ano era o que contava, e para isso, não importa a idade, como “bom” brasileiro já nasci com o instinto de dar um jeitinho para as coisas. Era mais fácil desenvolver uma maneira de colar na prova, do que estudar para a mesma. Era mais fácil copiar as respostas de um colega, para mostrar ao professor, do que me esforçar e sozinho resolvê-las. Assim, hoje pago o preço. Minhas idéias poderiam surgir com maior facilidade nos textos, um português correto, não necessariamente difícil, daria credibilidade para o que defendo.

Mas, nem tudo está perdido. Por estar em uma faculdade, isso prova, que tenho um mínimo de capacidade. Isso foi possível a partir do momento que revi muitos valores. Pois, são os nossos valores que nos guiam.

Todos os valores valem, mas nem todos valem para todas as circunstâncias. A paixão é um caudal fantástico de energia que, como águas de um rio, precisa de margens, de limites e da justa medida para não ser avassaladora. Leonardo Boff

Descobri que antes de fazer, eu precisava ser. Ao parar e observar os valores da sociedade em que vivo, percebi a confusão que vem ocorrendo. A troca dos mesmos até assusta, as pessoas passam a defender, acreditar e praticar verdadeiros absurdos. Hoje para muitos, infelizmente, a pimenta nos olhos dos outros, é sim, refresco. Vamos a um exemplo: Se a caixa do supermercado der o troco incompleto, das duas uma, ela queria te roubar ou, é atrapalhada e não sabe contar. Você reclama, julga, e tudo se resolve. Mas, se o troco vem a mais do que deveria, ela segue sendo a atrapalhada que não sabe contar, porém, você passa a ser o malandro que foi embora com o troco a mais. Muitos devem pensar “azar o da caixa que não sabe contar”.

Azar da sociedade que troca os valores, onde cada um visa apenas o interesse próprio, e ignora o fato de que faz parte de um todo. A troca gera confusão nos valores, com os mesmo confusos e trocados, que tipo de ética o ser desenvolveu, desenvolve e irá desenvolver. Alias, ética? Ser ético para que, se individualismo parece fazer mais sentido. E se não há preocupação com os demais, a margem arrebenta, assim, as águas – interesses – invadem a terra alheia.
As ambições precisam ser construídas atentas ao fato de que, os outros também têm suas próprias e já realizaram algumas conquistas.

“Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.” Êxodo 20.17

Deus, Pai do Senhor Jesus Cristo, Criador do homem, foi taxativo em suas ordenanças e os homens teimam em transgredi-las; a cobiça às posses do próximo é fato comum na sociedade; as pessoas se guiam pelo muro do vizinho ou pelas garagens de seus prédios. Há uma competição insana e doentia, por exemplo, entre vizinhos que até sacrificam a subsistência de suas famílias para atendimento às luxúrias do desejo desenfreado para imitarem ou demonstrarem uma falsa prosperidade uns aos outros.

http://www.gospelmais.com.br/artigos/422/a-maldita-heranca-da-cobica.html

Um comentário:

Vinícius Testa disse...

Mais um texto escrito para a cadeira de Ética e Comunicação, com o professor Inácio Pinzetta. Deveria ser desenvolvido a partir da leitura de AMBIÇÃO E ÉTICA (Stephen Kanitz), COMO FUNDAR A ÉTICA HOJE? (Leonardo Boff) e SITUAÇÃO DA ÉTICA HOJE: FALTA E BUSCA (Clodovis Boff).
Leia, reflita, questione, recomende, comente... Críticas são sempre bem vindas, assim como, as correções.

Em relação às postagens anteriores, agradeço os poucos, porém, sinceros comentários.

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